Criado em 2007 com a missão de reduzir as taxas de mortalidade infantil em Pernambuco, o Programa Mãe Coruja, iniciativa do governo estadual que já atinge 103 cidades pernambucanas, começa a servir de exemplo do outro lado do mundo. A República Democrática de Timor-Leste, situada no sudeste asiático, decidiu apostar nas políticas públicas que integram o programa como aliadas no acompanhamento de gestantes, mulheres que acabaram de dar à luz e de seus bebês.
Na última sexta-feira, duas representantes timorenses visitaram a sede da Secretaria Estadual de Saúde, no Bongi, Zona Oeste do Recife, para conhecer melhor as ações desenvolvidas pelo Mãe Coruja. A proposta é que o programa seja utilizado como modelo pelo país asiático no tratamento pré-natal e pós-parto, oferecendo apoio tanto às mães, quanto aos pequenos.
“Tenho certeza que vamos conseguir adaptar o Mãe Coruja à realidade do Timor. Será uma grande contribuição ao nosso país. Precisamos de medidas específicas como esta”, afirmou a enviada do Ministério da Educação timorense à capital pernambucana, Santina Cardoso.
O Timor Leste é formado por 13 distritos que, juntos, somam uma população com cerca de 14 mil habitantes. De acordo com a Secretaria de Saúde de Pernambuco, uma comitiva timorense volta ao Estado em fevereiro, desta vez para visitar os Cantos Mãe Coruja espalhados por 103 municípios pernambucanos. Os cantos são centros onde são elaboradas ações que visam amparar as mulheres e crianças com até 5 anos.
São sete secretarias estaduais envolvidas no programa, entre elas, a de Saúde, Educação, Trabalho e da Mulher. “Um dos maiores trunfos do Mãe Coruja é a integração entre as atividades das secretarias. Entendemos que o bem-estar das mulheres e crianças não depende apenas de ações voltadas para a saúde. Mais do que isso, também envolve geração de emprego e educação, por exemplo”, avalia a gerente do Programa Mãe Coruja, Virgínia Holanda.
As ações começaram a ser aplicadas há quatro anos, no Sertão do Araripe, onde o índice de mortalidade de crianças nascidas vivas era mais alto no Estado. O critério para a instalação de Cantos Mãe Coruja é que a taxa de mortalidade seja de pelo menos 25 para cada mil bebês nascidos vivos. Nos últimos dois meses de 2011, oito novos municípios foram incluídos no programa. São eles Iguarati, Mirandiba, Terra nova, Riacho das almas, Jaqueira, Casinhas, Condado e São Vicente Férrer.
Ainda de acordo com a gerente do Mãe Coruja, Virgínia Holanda, a redução na mortalidade de bebês desde a implantação do programa é satisfatória. “Entre 2007 e 2009,
o coeficiente de mortalidade de crianças com até cinco anos, em todo o Estado, caiu 10%. Na região do Araripe, a redução do índice é de 22%, no mesmo período”, afirma.
Fonte: Jornal do comercio